“Eu Não Me Entrego, Não”: monólogo de Othon Bastos mantém casa lotada até o final da temporada na capital paulista
- Redação
- 6 de abr.
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(Foto: Divulgação)
O primeiro monólogo do veterano dos palcos e das telas, Othon Bastos, é o grande acontecimento do teatro brasileiro.
Escrita e dirigida por Flávio Marinho, a peça resgata os principais momentos da trajetória de Othon, desenvolvida a partir de trocas entre os dois e de um vasto material deixado pelo ator ao amigo de décadas.
Flávio Marinho descreve o formato da peça como um “monólogo híbrido”, onde a atriz Juliana Medella atua como uma “memória” em cena. Ela traz observações às falas de Othon, permitindo que ele permaneça no personagem. “É uma personagem simbólica, pois não tem um perfil psicológico. Eles discutem, discordam. É igual à própria memória. Isso deu um colorido e um charme à peça”, esclarece Marinho. Othon complementa com humor: “Achei que seria interessante ter uma espécie de Alexa em cena”, referindo-se à assistente virtual da Amazon.
Othon Bastos é o intérprete de uma geração do teatro de resistência e fundou sua própria companhia nos anos 1970 que produziu espetáculos memoráveis como “Um grito parado no ar” e “Murro em Ponta de Faca”. No cinema, o papel mais marcante foi em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, considerado um marco do Cinema Novo.
Com a experiência de quem criou muitos tipos e começou histórias diversas tantas vezes ao longo da vida, o ator Othon Bastos repete o gesto com frescor e números expressivos. Às vésperas de completar 92 anos de vida e 74 anos de carreira, nos intervalos da temporada oficial Othon tem circulado com o trabalho em diversos estados do país, e já contabiliza mais de 35 mil espectadores. Dentre tantos méritos, o espetáculo recebeu láureas como o Prêmio FITA (Festa Internacional de Teatro de Angra), que premiou Flávio Marinho na categoria Melhor Autor e Othon Bastos com o Prêmio Oficial do Júri. A dupla foi ainda homenageada na 1ª edição do Prêmio Arte e Longevidade Rio 2024 e Othon, e foi indicado na categoria Melhor Ator pelo júri carioca do Prêmio Shell, levou ainda o prêmio Cariocas do Ano da revista Veja Rio na categoria Teatro.
Considerado o maior ator brasileiro vivo, Othon possui uma carreira de títulos marcantes no cinema (“Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha) e no teatro (“Um grito parado no ar”, de Gianfrancesco Guarnieri) que são relembrados em cena, propondo uma reflexão sobre cada momento da sua trajetória. É o mural de uma vida dividido em blocos temáticos – trabalho, amor, teatro, cinema, política, etc – cujas reflexões envolvem citações e referências de alguns dos autores mais importantes do mundo. A peça é uma lição de vida e de resiliência, de como enfrentar os duros obstáculos que se apresentam em nossa existência – e como superá-los.
Boa parte do texto da peça é dedicado ao filme que está completando 60 anos; Uma das falas de seu personagem Corisco e o refrão da sua música tema composto por Sérgio Ricardo dão nome ao espetáculo.
Othon também atuou em filmes muito importantes de diferentes eras da cinematografia nacional como “O Pagador de Promessas”, “Chico Rei”, “O Que É Isso, Companheiro?”, “Central do Brasil” e “Bicho de 7 Cabeças”.
Serviço:
Data: até 21/04/2025
Local: Teatro Sesc 14 Bis
Endereço: R. Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista
Horários: Quinta às 20h | Sábados às 20h | Domingos às 18h | Segunda às 15h
Ingressos: a partir de R$35,00
Duração: 100 minutos
Classificação: 12 anos
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