Vai-Vai, Império de Casa Verde e Mocidade Alegre se destacaram no último dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. X-9 Paulistana, Gaviões da Fiel, Dragões da Real e Unidos de Vila Maria também desfilaram pelo Anhembi. Nenhuma das escolas estourou o tempo de 65 minutos de apresentação.
(Foto: Divulgação)
X-9 Paulistana
De volta ao Grupo Especial de São Paulo, a X-9 Paulistana abriu o último dia de desfiles no Anhembi, na noite de sábado (10).
A escola foi a primeira a dar um tom político ao desfile, com o carro "A Casa da Mãe Joana", no qual os integrantes estavam vestidos de juízes e de políticos com malas de dinheiro e notas na cueca. Alguns deles tinha o terno sujo de lama e vestiam faixa presidencial.
Com Juju Salimeni como rainha da bateria, a X-9 ousou nas roupas minúsculas das beldades que representaram a escola. Uma passista precisou desfilar segurando o tapa-sexo, que se soltou do corpo.
Em entrevista a nossa equipe as musas da escola Sefora Arruda e Poliana Veiga comentaram que este é o primeiro ano de ambas na avenida, Poliana já se diz um pouco mais nervosa para enfrentar a avenida, já Sefora completa que está bem mais nervosa, porém confiante. Poliana complementa que fez sim muita dieta e muito exercício no pré avenida.
A X-9 também traz para abrilhantar o desfile de 2018 Bruno Poczinek o mister Brasil 2017, junto com ela Lucas GavIão assistente de palco do SBT. Ambos conversaram com nossa equipe e revelaram estarem bem ansiosos, Bruno vem na sua primeira vez desfilando pelo sambódromo do Anhembi e Lucas completou que não sabiam que iam sair com esse figurino, então nos treinos e na alimentação nada mudou, e podemos esperar muito desses musos no ano de 2018.
Império de Casa Verde
A Império de Casa Verde juntou samba e Revolução Francesa para fazer uma crítica sobre o que chamou de "caos do Brasil". Segunda a desfilar no último dia do Grupo Especial de São Paulo, a escola da Zona Norte fez um paralelo entre o Brasil de hoje e a França do século XVIII.
A comissão de frente mostrou um plebeu perdendo a cabeça na guilhotina. O carro abre-alas representou o luxo da corte francesa, com cavalos brancos gigantes puxando uma carruagem. Já o último carro, "Tigre guerreiro: A nobreza do povo", retratou uma festa de plebeus para mostrar a vitória do povo contra a corrupção e as injustiças sociais.
Com esta participação, a Império de Casa Verde deu seu recado e ainda fez um dos mais luxuosos desfiles do carnaval paulistano.
Mocidade Alegre
A Mocidade Alegre homenageou a cantora Alcione em seu desfile, com o enredo “A voz marrom que não deixa o samba morrer". E teve Alcione do início ao fim: a cantora deu a introdução para o grito de guerra no começo do desfile e, depois, foi correndo para subir no carro em que foi destaque, o último.
O desfile lembrou a trajetória da artista com foco no repertório a partir dos anos 1970. Em 2018, a cantora completa 70 anos de idade e 45 de carreira.
O samba e as fantasias citaram músicas conhecidas na voz da Marrom: "Juízo final", "O que eu faço amanhã", "À flor da pele", "Delírios de amor" e, principalmente, "Não deixe o samba morrer", que foi a base do refrão.
Vai-Vai
A Vai-Vai envolveu o público do Anhembi com um belo desfile em homenagem ao cantor Gilberto Gil, e o samba-enredo criado com versos do cantor ficou poderoso e pegou.
A bateria inovou e fez passagens com o timbau, que os mestres Tadeu e Beto incluíram em referência aos Filhos de Gandhi, afoxé que desfila com Gil no carnaval da Bahia. Os Filhos de Gandhi também foram tema do último carro, que trouxe Gil com a mulher, Flora, e o filho Bem.
A Vai-Vai, que já foi campeã do carnaval paulistano 15 vezes, sendo a agremiação com mais troféus, terminou seu desfile como uma das favoritas ao título do Grupo Especial. O último troféu da escola foi em 2015, com um enredo sobre a cantora Elis Regina.
O rapper Rappin' Hood comentou com nossa equipe que já não é a sua primeira vez no carnaval paulista, e que hoje o bexiga estaria em peso para aplaudir a escola. Hoje o rapper sairia na ala da diretoria somente para homenagear Gilberto Gil. Sobre os planos na música o rapper já avisou que vem album novo por ai e desta vez pela Som Livre.
Veja algumas imagens abaixo:
Gaviões da Fiel
Quinta escola a passar pelo Anhembi na madrugada deste domingo (11), a Gaviões da Fiel contou a história de Guarulhos, cidade com a segunda maior população do estado de São Paulo.
Sidnei França, carnavalesco estreante na Gaviões, apresentou uma fábula protagonizada pelos índios Guarus, habitantes da região. Várias alas e fantasias apostaram em tons de dourado e prateado, para retratar a busca por riquezas no local e uma "maldição" com a chegada de pessoas gananciosas, os brancos.
Sabrina Sato, madrinha de bateria, veio com uma fantasia formada por uma espinha de peixe e duas estrelas do mar nos seios. Durante o desfile, a torcida da escola acendeu sinalizadores e muita fumaça cobriu o sambódromo.
Tati Minerato rainha de bateria da Gaviões da Fiel comentou que cuidou do corpo o ano todo, e já cuida com alimentação mais este ano trocou a academia de musculação pelas aulas de crossfit, “Percebi que meu corpo mudou, o pessoal repara muito que sequei e que adquiri um tanquinho, mas mais que isso eu consegui uma ótima resistência”, completa. A rainha ainda deixou uma mensagem que a gaviões vinha linda e muito diferente de tudo que já foi apresentado, e que estaria aplaudindo e acompanhando tudo de um camarote do anhembi.
Dragões da Real
A Dragões da Real levou a música caipira ao carnaval de São Paulo. Sérgio Reis participou da comissão de frente, interpretando um fazendeiro em meio a camponeses, e Roberta Miranda foi destaque em um carro que mostrava a música sertaneja moderna se tornando "chique".
Assim como outros enredos da noite tiveram tema musical, as referências a canções sertanejas conhecidas ajudaram a ganhar o público: "Romaria", "Estrada da vida", "Ainda ontem chorei de saudade", "Evidências", "Fio de cabelo", "Galopeira", "Rancho Fundo", "É o amor".
A Dragões da Real nunca foi campeã do Grupo Especial, mas em 2017, ficou com o 2º lugar.
Em conversa com nossa equipe Sérgio Reis revelou que "Foi uma ideia maravilhosa da Dragões porque fala um pouquinho de cada música, de cada clássico", disse ele. Reis foi destaque do carro da comissão de frente, decorado com dois berrantes, de onde saía fumaça. O cantor também levou nas mãos o seu próprio berrante. Para ele, a mistura do samba com o sertanejo deu certo. "Ficou bonita a ideia, está bonita a esscola, muito bonita!" E ainda completou que em 2018 tem muitos projetos para serem concretizados, ele irá lançar um cd em dueto com a sua esposa que provavelmente chamará “Alma Gêmea”, tem turnê por Portugal, mais do projeto “Tocando em Frente”com Almir Sater, Sérgio Reis e Renato Teixeira.
Unidos de Vila Maria
A Unidos de Vila Maria fechou o carnaval de São Paulo cantando o México e os personagens de "Chaves" e "Chapolin", criados por Roberto Bolaños (1929-2014). Os 280 membros da bateria estavam vestidos de Chaves, e outra ala lembrou Dona Florinda, Quico, Seu Madruga, professor Girafales e Dona Clotilde.
Além dos seriados mexicanos, ícones como a pintora Frida Kahlo (lembrada pelas baianas) e os mariachis tiveram destaque. A escola da Zona Norte começou seu desfile mostrando o México como "berço das civilizações maia e asteca"; depois, festividades típicas do país apareceram nas alegorias, como a Procissão da Virgem Guadalupe, a Festa da Independência e o Dia dos Mortos.
Após sua saia cair, a primeira porta-bandeira, Laís, sambou com uma bermuda preta e, depois, com um pano amarrado à cintura. A escola pode perder pontos. O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira (Bruno e Jéssica) foi promovido ao posto principal.